Enquanto os cargos comissionados se multiplicam em ritmo acelerado, os professores seguem ignorados: sem reajustes, sem pagamento de retroativos e sem o adicional por regência — escancarando o desprezo da gestão pela base do ensino público. Os educadores não receberam sequer um bombom, e muitos ainda precisaram custear do próprio bolso as embalagens usadas como lembrancinhas para as crianças.
PROGRESSÕES E AVANÇOS REPRESADOS:
Apesar de anunciar o deferimento de avanços funcionais para cerca de 140 servidores, os Departamentos de Recursos Humanos das Autarquias de Saúde acumulam centenas de pedidos de progressão e avanço funcional que sequer são analisados. Essa situação de represamento vem criando uma bolha que, inevitavelmente, acabará estourando no Judiciário — gerando prejuízos ao erário.
A realidade nas escolas é marcada por salas superlotadas, ausência de apoio pedagógico e jornadas exaustivas. Cerca de 762 alunos com TEA e TDAH estão sem professores auxiliares, em desacordo com a legislação vigente, o que compromete diretamente o processo de inclusão e prejudica o desenvolvimento das crianças com necessidades especiais.
O discurso de valorização do magistério se transformou em mera peça de marketing político, destoando completamente do abandono vivenciado diariamente pelos educadores. Soma-se a isso tentativas de fechamento de duas escolas e o descaso com a infraestrutura escolar, agravando ainda mais o cenário de retrocesso.
“MULHER EDUCADORA”: UM SHOW DE DESORGANIZAÇÃO
O evento “Mulher Educadora”, criado com o objetivo de homenagear as profissionais da rede, virou motivo de chacota e indignação. Enquanto algumas receberam placas de homenagem, outras foram “presenteadas” com chaveiros baratos comprados em sites de importados — reforçando a falta de planejamento e o desprezo simbólico pelo trabalho docente.
CLIMA DE MEDO E AUTORITARISMO NAS ESCOLAS
Com a nomeação de certas diretoras e coordenadoras sem preparo — muitas escolhidas por critérios meramente políticos — a rede vive hoje sob um clima de pressão e autoritarismo. Multiplicam-se os relatos de abusos, assédio moral e perseguições.
Cadê a gestão acolhedora prometida durante a campanha?
ESTRUTURA PRECÁRIA E ABANDONO
Mesmo com promessas de investimentos, as escolas continuam enfrentando problemas estruturais graves. Em algumas unidades, chove dentro das salas de aula. Faltam professores de apoio, há escassez de profissionais de serviços gerais e a limpeza dos ambientes é precária.
Prometeram ar-condicionado, mas muitas salas de aula sequer possuem ventilação adequada e continuam superlotadas. Até o momento, os kits escolares, uniformes e tênis prometidos a mais de 13 mil alunos seguem sem previsão de entrega — mesmo com milhares de uniformes em estoque, o que pode caracterizar improbidade administrativa. Em algumas escolas e CMEIs, a qualidade da merenda também tem sido alvo de críticas.
QUEM MANDA NA EDUCAÇÃO DE APUCARANA?
Nos bastidores, servidores questionam: quem de fato está no comando da AME? Seria a secretária de Educação ou o casal apadrinhado do vice-prefeito que — segundo relatos — é quem define os cargos e toma decisões sobre a rede municipal?
CONCLUSÃO: A EDUCAÇÃO VIROU PALANQUE
Os 107 primeiros dias da gestão Rodolfo Mota representam um retrocesso sem precedentes para a educação de Apucarana. A escola pública, que deveria ser um espaço de transformação social, está sendo reduzida a um palco de vaidades e barganhas políticas.
Os professores da rede municipal, que em sua maioria depositaram confiança no candidato Rodolfo Mota por também ser professor, acreditaram na promessa de uma gestão acolhedora e comprometida com a valorização da educação. No entanto, a frustração da categoria com os rumos da nova administração é evidente.
As promessas de “destravar a cidade” e “cuidar das pessoas” não passaram de slogans de campanha — e, até agora, a realidade tem revelado exatamente o oposto: uma gestão paralisada e insensível às reais necessidades dos professores da rede municipal.
“Apucarana não pode aceitar essa omissão como nova normalidade. É hora de cobrar! Educação não é favor — é direito!”, disseram os professores em comunicado encaminhado ao Canal 38.
Por fim, os professores expressam agradecimento ao Canal 38 por ser o único veículo de imprensa a expor, com coragem e responsabilidade, os desmandos e retrocessos que vêm marcando a gestão Rodolfo Mota na educação de Apucarana — enquanto outros permanecem em silêncio cúmplice.