A reportagem do Canal 38 esteve na tarde desta segunda-feira (16) na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Apucarana e constatou a superlotação do local. Havia pacientes esperando até do lado de fora, muitos deles idosos e crianças. Apesar da rapidez no atendimento, a situação tem se repetido diariamente. Na semana passada, a reportagem esteve na UPA em todos os dias (com exceção de um) e registrou a mesma realidade de caos e lotação extrema.
Enquanto isso, o novo hospital de Apucarana, oficialmente inaugurado em 19 de dezembro de 2024, segue de portas fechadas. Já se passaram mais de 180 dias da cerimônia de inauguração, mas a unidade permanece inoperante, mesmo contando com 58 leitos prontos, centro cirúrgico e pronto atendimento infantil 24 horas. A estrutura, que poderia aliviar a pressão sobre a UPA e salvar vidas, simplesmente não está sendo utilizada.
A obra, gasto cerca de R$ 26 milhões, contou com apoio de parlamentares como Arilson Chiorato, Gleisi Hoffmann, Anibelli Neto e Sérgio Souza, e foi financiada com recursos federais, estaduais e municipais. O hospital possui mais de 4 mil metros quadrados de área construída, elevadores, enfermarias, salas de recuperação e isolamento, instalações completas de oxigênio e gases medicinais, além de espaço ambulatorial para pequenas cirurgias, como dermatológicas, de catarata e vasectomias.
Apesar disso, nenhum atendimento está sendo realizado. A população questiona a razão da demora na abertura do hospital e critica a manutenção do contrato com uma empresa da Bahia, alvo de denúncias. Para muitos, trata-se de uma gestão marcada por promessas não cumpridas e decisões que priorizam interesses políticos em vez da saúde da população.
“A saúde não pode esperar por disputas políticas. É inadmissível que uma estrutura desse porte continue fechada enquanto a UPA transborda e pessoas adoecem sem atendimento digno. As promessas de campanha estão sendo ignoradas. O que querem saber agora é: o prefeito Rodolfo Mota vai abrir o hospital?”, questiona um morador em frente à UPA.
A população cobra transparência, responsabilidade e ação imediata da Prefeitura de Apucarana e da Secretaria Municipal de Saúde. Afinal, vidas estão em jogo.