Em meio a uma crescente epidemia de dengue, a saúde pública de Apucarana dá sinais claros de colapso. A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade, que deveria ser um alívio para quem busca atendimento, transformou-se em símbolo de descaso e indignação popular.
A superlotação já virou rotina. Pacientes — muitos com sintomas de dengue — aguardam por horas para um simples atendimento. Alguns, mesmo em estado debilitado, retornam para casa sem sequer serem avaliados por um médico. A falta de profissionais, a escassez de estrutura e a demora no atendimento expõem a fragilidade de um sistema que já vinha se arrastando e agora se vê sufocado diante da alta demanda.
O problema se agrava com o fechamento das Unidades Básicas de Saúde (UBS) durante a noite e aos finais de semana, em bairros importantes de Apucarana. Sem alternativas, a população é forçada a buscar atendimento na UPA, que, sozinha, não consegue absorver toda a demanda. A sobrecarga é evidente: corredores lotados, profissionais exaustos e cidadãos desesperados compõem um cenário alarmante.
A promessa de campanha de oferecer uma saúde pública digna e eficiente parece ter ficado apenas no papel. O que se vê na prática é um sistema à beira do colapso, sem planejamento, sem investimentos e sem respostas do poder público. A prefeitura não tem conseguido apresentar soluções eficazes para enfrentar a crise, enquanto os números da dengue continuam a subir — e a indignação da população cresce a cada dia.
Em um momento em que a saúde deveria ser prioridade absoluta, Apucarana sofre com a ausência de políticas públicas eficazes. A sensação de abandono se espalha entre os moradores, que cobram do prefeito Rodolfo Mota atitudes urgentes e concretas. Afinal, saúde pública não é slogan de campanha — é um direito garantido por lei.
Enquanto as promessas não se transformam em ações e os discursos seguem vazios, quem paga o preço é a população: esquecida nas filas, adoecida e sem esperança. O povo clama por respeito. E o respeito começa por uma saúde pública que funcione de verdade.
