A gestão Rodolfo Mota ignora os aprovados no concurso público vigente e abre caminho para contratos milionários com empresas terceirizadas. A licitação prevê a terceirização de 575 cargos, com custo estimado em até três vezes maior do que o das contratações diretas de concursados, totalizando um valor máximo de R$ 45 milhões. A abertura dos envelopes está marcada para as 9h do dia 07/07/2025. Há indícios de irregularidades, e o caso já foi denunciado ao Ministério Público.
Se não há recursos para abrir o novo hospital, contratar mais médicos e enfermeiros e melhorar a Saúde Pública — que está em colapso em Apucarana —, sobram recursos para contratar terceirizados. A gestão caminha para superar as anteriores, mas apenas nos aspectos negativos. A impopularidade é a pior já registrada em tão curto período de tempo.
Uma nova polêmica envolvendo a gestão do prefeito Rodolfo Mota, de Apucarana, veio à tona nesta semana e tem surpreendido até os maiores defensores da administração. A Prefeitura pretende terceirizar 575 postos de trabalho, abrangendo funções como serviços gerais, operários, motoristas, manutenção predial, entre outras. O custo estimado pode ultrapassar R$ 3 milhões por mês, representando um impacto financeiro até três vezes superior ao das contratações diretas via concurso público.
A medida causou indignação entre servidores públicos, aprovados em concurso e moradores que aguardavam novas oportunidades via processo seletivo. As promessas de campanha de valorização do servidor público estão sendo abandonadas em beneficio de empresas privadas — gerando suspeitas de “cartas marcadas” direcionamento e falta de transparência.
Terceirização com custos altos e pouca clareza
Segundo dados extraídos do próprio edital, os cargos licitados incluem:
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100 Assistentes Administrativos
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60 Motoristas de Veículo Pesado
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220 Auxiliares de Serviços Gerais
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80 Operários
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25 Oficiais de Manutenção Predial
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20 Técnicos em Informática
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20 Motoristas de Veículo Leve
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50 Gerentes Administrativos
Total: 575 cargos.
O edital estabelece como valor máximo da contratação o montante de até R$ 45.361.159,30 (quarenta e cinco milhões, trezentos e sessenta e um mil, cento e cinquenta e nove reais e trinta centavos).
Quem ganha com isso? E quem perde?
A suposta licitação, já foi denunciada ao Ministério Público, levanta sérias dúvidas quanto à motivação da terceirização. Servidores questionam se o objetivo seria beneficiar empresas aliadas ou figuras políticas, enquanto os maiores prejudicados são os servidores e os aprovados em concurso, ignorados pela atual gestão, e a população, que arca com um custo muito maior por um serviço que pode ser precarizado.
“Quem prometeu concurso agora terceiriza tudo. A Prefeitura está trocando a valorização do servidor pelo lucro de empresas privadas. É uma vergonha. Isso precisa ser investigado”, disse um denunciante ao Canal 38.
Falta de transparência e suspeitas de favorecimento
A minuta do edital apresenta irregularidades e trechos com erros na planilha de custos, usando termos como #VALUE!, impedindo a análise precisa dos valores por função. A ausência de uma planilha detalhada e editável levanta ainda mais suspeitas sobre a lisura do processo licitatório.
Há ainda denúncias de que os cargos já estariam sendo “reservados” para cumprir promessas políticas de campanha, mas agora via empresas terceirizadas, o que fere os princípios da legalidade, impessoalidade e moralidade na administração pública.
Concurso público deixado de lado
A terceirização, por si só, não é ilegal, desde que realizada dentro dos limites da lei. No entanto, vai na contramão das promessas feitas por Rodolfo Mota durante a campanha eleitoral — promessas que, aliás, em sua maioria não vêm sendo cumpridas. Na época, o então candidato afirmava que sua gestão priorizaria os servidores concursados. Agora, com uma licitação milionária em andamento, o discurso de valorização do servidor público parece ter ficado restrito ao período de conquista de votos.
A população cobra respostas claras: quem será beneficiado com essa contratação? Qual é o interesse público envolvido? Por que não contratar os concursados? O Ministério Público já foi acionado, e a sociedade civil acompanha de perto os desdobramentos dessa licitação, que promete marcar negativamente a atual gestão e pode trazer consequências desfavoráveis para todos os envolvidos.