População questiona a demora na abertura do hospital e a manutenção do contrato com empresa da Bahia, mesmo diante de denúncias, ações na Justiça e da crise na saúde pública. Qual seria o verdadeiro motivo por trás disso?.
A nova unidade hospitalar de Apucarana, oficialmente inaugurada em 19 de dezembro de 2024, continua de portas fechadas mesmo após 177 dias da cerimônia de inauguração. A estrutura conta com 58 leitos de internamento, centro cirúrgico e pronto atendimento infantil 24 horas, permanece sem atender a população — enquanto moradores enfrentam dificuldades para conseguir internações e procedimentos cirúrgicos.
A paralisação do funcionamento tem gerado forte indignação entre moradores e profissionais da saúde. O hospital foi idealizado para atender exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), com foco em cirurgias de média complexidade que hoje obrigam pacientes a buscar tratamento em outras cidades da região. Mesmo diante da alta demanda, o atual prefeito Rodolfo Mota ainda não colocou o hospital em operação e também não rompeu o contrato de concessão firmado com uma empresa da Bahia — o que levanta suspeitas e especulações sobre os verdadeiros motivos por trás da inércia administrativa.
A obra, que custou cerca de R$ 26 milhões, teve apoio direto de parlamentares como Arilson Chiorato, Gleisi Hoffmann, Anibelli Neto e Sérgio Souza, com recursos provenientes do governo estadual, federal e municipal. A estrutura: área construída de mais de 4 mil metros quadrados, centro cirúrgico, três andares equipados com elevadores, enfermarias, salas de recuperação, isolamento e instalações completas de oxigênio, gases medicinais e rede lógica. Além disso, o hospital dispõe de espaço ambulatorial para cirurgias menores como dermatológicas, de catarata e vasectomias.
O prédio onde hoje está o novo hospital tem longa história com a saúde pública de Apucarana. Desde 1965, já abrigou o antigo Hospital São José, o Pronto Atendimento Municipal (PAM), a sede da Autarquia Municipal de Saúde.
O que deveria representar um avanço histórico para a saúde da cidade acabou se tornando um símbolo do descaso. Com dezenas de leitos prontos sem utilização, a pergunta que fica é: por que um hospital novo permanece fechado em meio à escassez de leitos e superlotação dos serviços de saúde?
A população aguarda resposta urgente do prefeito Rodolfo Mota e da Secretaria Municipal de Saúde. Afinal, a saúde não pode esperar por disputas políticas.