Após prometer uma gestão enxuta e eficiente, o prefeito de Apucarana, Rodolfo Mota, já nomeou cerca de 140 cargos comissionados, contrariando os próprios discursos de campanha. Entre os nomeados estão integrantes da administração anterior e pessoas ligadas a vereadores, levantando suspeitas sobre um possível “acordão político”. Ainda faltam 1.350 dias para o fim desta gestão.

Com pouco mais de três meses de governo, Rodolfo Mota segue nomeando aliados e apadrinhados para cargos comissionados — uma prática que tem gerado intensos debates e crescente insatisfação popular.


Nomeações em Massa e Crescimento Exponencial de Cargos

No dia 14 de abril, uma nova nomeação foi publicada com efeito retroativo a 1º de abril. O cargo de Superintendente de Promoção Artística, Cultural e Turística de Apucarana (CC-01) está vinculado à Secretaria Municipal de Promoção Artística, Cultural e Turística. As nomeações, que inicialmente ocorriam de forma pontual, agora são feitas em blocos — e o volume segue em crescimento.


Críticas Se Agravam: Saúde Pública em Colapso

A gestão Rodolfo Mota é alvo de severas críticas, especialmente devido ao colapso da saúde pública. Os principais pontos de insatisfação incluem:

  • Superlotação na UPA: longas filas e demora no atendimento para idosos, mulheres e crianças, sem estrutura adequada;

  • Falta de medicamentos e serviços básicos: consultas, exames e cirurgias eletivas seguem escassos;

  • Fechamento das UBS à noite e aos fins de semana: população desassistida nos horários de maior necessidade;

  • Triagens sem atendimento médico: muitos pacientes saem das UBS sem sequer passar por um médico;

  • Hospital Municipal fechado: mesmo após R$ 26 milhões investidos, a unidade permanece sem funcionamento.


Educação Abandonada e Descaso com Crianças Especiais

  • 13 Mil Alunos com Falta de materiais didáticos, ausência de uniformes e merenda escolar precária;

  • Tentativas de fechamento de escolas e abandono da infraestrutura escolar;

  • Cerca de R$ 2 milhões foram gastos em festividades da cidade, enquanto faltam recursos em todas as áreas, especialmente na saúde pública;

  • 762 alunos com TEA e TDAH seguem sem professores auxiliares, contrariando a legislação e prejudicando diretamente crianças com necessidades especiais;

  • Denúncias de violência contra crianças autistas em escolas, com tentativas da gestão de abafar os casos.

A incoerência é evidente: enquanto participa de passeatas pela inclusão, o prefeito ignora os direitos básicos desses alunos na prática.


Polêmica do “Salário Mínimo Municipal”

O aumento anunciado para R$ 2.100,00 não passa de um abono complementar. O vencimento base não foi reajustado, o que gerou revolta entre os servidores municipais, que se sentiram enganados pela propaganda oficial.


Nomeações Questionáveis e Falta de Renovação Prometida

  • Adversários políticos, familiares e pessoas de fora do município ocupam cargos estratégicos;

  • Aliados de campanha ignorados: a base que o elegeu se vê preterida por antigos opositores e indicações externas;

  • Denúncias de irregularidades e desvio de função entre servidores comissionados seguem sem resposta.


Dívida Bilionária e Falta de Transparência

Apucarana enfrenta uma dívida bilionária sem que haja qualquer plano público de reestruturação. Enquanto isso, a folha de pagamento dos comissionados não para de crescer, comprometendo ainda mais as finanças municipais.


Infraestrutura Deficiente e Fila com Colchonetes

O prefeito Rodolfo Mota foi flagrado distribuindo colchonetes para cidadãos dormirem na fila por atendimento — uma imagem simbólica do colapso da infraestrutura básica. Filas que sequer deveriam existir.


Falta de Acesso ao Prefeito e a “Batcaverna”

Rodolfo Mota tem evitado o contato com a população. Cidadãos, políticos e até servidores relatam dificuldades em serem atendidos. Ele entra e sai do prédio pela porta lateral do gabinete — apelidada de “Batcaverna” — que havia prometido desativar, mas agora utiliza exclusivamente.


Silêncio, Contradições e Desgaste Acelerado

Com 112 dias de gestão, o prefeito Rodolfo Mota ainda não se pronunciou sobre as denúncias envolvendo cargos comissionados, tampouco tomou medidas contra servidores flagrados em irregularidades. Apresentado como o “novo”, já repete velhas práticas e figura entre os prefeitos mais criticados da história recente de Apucarana.

Durante a campanha, criticou duramente a antiga gestão pelo excesso de comissionados, citando Londrina — com 600 mil habitantes e 80 comissionados — como exemplo. No entanto, Apucarana, com apenas 130 mil habitantes, já acumula mais de 135 nomeações em 112 dias — média superior a uma por dia.


Tentativa de Censura

Integrantes da gestão Rodolfo Mota vêm tentando intimidar e censurar o Portal 38 News por meio de ações judiciais — uma tentativa clara de silenciar a imprensa crítica. Trata-se de uma postura mais próxima do autoritarismo do que da transparência esperada de uma gestão democrática. Nenhum ex-prefeito adotou atitude semelhante, demonstrando, ao menos, maturidade política e respeito à liberdade de imprensa.


Descontentamento Cresce: “Mudança” Fica Só no Discurso

A nomeação de ex-adversários, como um secretário da chapa rival, confirma o que muitos classificam como um “acordão político” — já denunciado pelo Portal 38 News antes mesmo das eleições. Enquanto isso, o ex-prefeito, inelegível por oito anos, permanece fora do governo, mas viu seu candidato ser nomeado. Já a maioria dos apoiadores legítimos da campanha de Mota se sentem traídos e ignorados.


Auditoria: Por que Não Fazer?

Se tanto critica a gestão anterior e as dívidas herdadas, por que Rodolfo Mota não realiza uma auditoria completa e transparente? A omissão levanta dúvidas sobre o real compromisso com a verdade e a responsabilidade fiscal.


Conclusão: A Cidade Pede Respostas

A frustração da população com a nova gestão é evidente. As promessas de “destravar a cidade” e “cuidar das pessoas” ainda não saíram do papel — e, até agora, os fatos mostram justamente o contrário.

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