Imagem por: Jonatam Battista/Canal 38

 Durante a sessão ordinária da Câmara Municipal de Apucarana, realizada na noite desta segunda-feira (16), o presidente do Legislativo, vereador Danylo Acioli, abordou um tema sensível que começou a repercutir nas redes sociais: a possível implantação de um presídio industrial no município. Segundo o parlamentar, trata-se de uma discussão inicial que deve ser pautada de forma técnica e responsável.

“Já está repercutindo nas redes sociais o assunto que tocamos aqui sobre a possibilidade da implantação de uma penitenciária em Apucarana. Neste primeiro momento, o que queremos saber é se existe verba destinada a essa finalidade. O Estado do Paraná tem cerca de R$ 70 milhões para construir cada unidade prisional, que é uma penitenciária industrial — onde os presos trabalham durante o cumprimento da pena”, explicou Acioli.

O presidente destacou que a discussão não pode ser tratada com alarmismo, mas com seriedade. Ele mencionou a superlotação do atual mini presídio de Apucarana, que tem capacidade para 80 detentos, mas atualmente abriga cerca de 450.

“Ah, mas se tem 450, então cabe 450? Não, não temos efetivo para 450 pessoas. Hoje já vivemos uma situação fora de controle. Vamos esperar uma rebelião ou vamos antever o problema?”, questionou.

Acioli reforçou que a discussão não é uma confirmação da vinda de um novo presídio, mas uma tentativa de prevenir agravamentos na segurança pública local:

“Falar em presídio não é dizer que ele virá para Apucarana, mas sim discutir que isso implicaria dobrar o efetivo da Polícia Militar, ampliar a Polícia Penal e proporcionar um local onde os detentos possam trabalhar, ao invés de apenas cumprirem pena sem qualquer ocupação — como acontece hoje, transformando o sistema em uma escola do crime.”

Prefeito teria recusado debate

Integrantes do Conselho Comunitário de Segurança (CONSEG) de Apucarana criticou a ausência do prefeito Rodolfo Mota, que, segundo ele, recusou o convite para participar da discussão sobre o tema:

“O prefeito não quis nem conversar sobre o assunto, como se a cidade não enfrentasse um problema sério com a estrutura atual. Isso precisa ser discutido com responsabilidade.”

Acioli ainda lembrou que Apucarana já enfrenta a presença de facções criminosas, como o PCC e o Comando Vermelho, e que a cidade recebe presos transferidos de outras regiões, como Ivaiporã e Londrina:

“A situação está ficando insustentável. A vara de execuções penais de Londrina está mandando presos pra cá. No presídio estadual, se cabem 750, não colocam 751. Mas no nosso mini presídio, estamos empilhando pessoas. Isso é calamitoso.”

Participação popular

O presidente finalizou destacando que o debate precisa contar com a participação da população:

“Essa é uma Câmara que não foge de assuntos polêmicos. Precisamos saber se há intenção real de investimento do Estado aqui. Se houver, vamos chamar a população para discutir isso de forma transparente. O que não podemos é continuar empurrando o problema com a barriga.”

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