Após prometer uma gestão enxuta e eficiente, o prefeito de Apucarana, Rodolfo Mota, já nomeou mais de 130 cargos comissionados, contradizendo seus próprios discursos  campanha. Entre os nomeados, há diversos integrantes da administração anterior e pessoas ligadas a vereadores, levantando suspeitas sobre possível “acordão” político.

Com 89 dias de gestão, Mota continua nomeando aliados para cargos comissionados, o que tem gerado intensos debates e críticas da população.

Novas Nomeações e Crescimento de Cargos Comissionados

Na última quarta-feira (26/03), uma nova nomeação foi publicada, retroativa a 28 de fevereiro, com efeitos a partir de 26 de fevereiro de 2025. O cargo atribuído foi o de Assessor Superintendente de Assistência Social, vinculado à Secretaria de Assistência Social (símbolo CC-04). As nomeações, antes realizadas de forma individual, agora acontecem em lotes, e o volume crescente pode superar os números da gestão anterior.

Críticas à Administração de Rodolfo Mota

A gestão de Rodolfo Mota tem sido alvo de severas críticas da população, que aponta uma série de problemas estruturais e a falta de soluções eficazes em diversas áreas. Entre os principais pontos de insatisfação estão:

Superlotação na UPA: O atendimento médico na unidade de saúde não tem sido suficiente para atender à crescente demanda, resultando diariamente em longas filas e atrasos no atendimento de idosos, mulheres e crianças.

Escassez de medicamentos, consultas, exames e cirurgias eletivas: A falta desses serviços essenciais tem gerado frustração e agravado o sofrimento da população.

Fechamento das UBS no período noturno e finais de semana: A falta de cobertura médica em horários críticos tem deixado a comunidade sem atendimento adequado.

Triagens nas UBS que resultam em pacientes indo embora sem atendimento: Muitas pessoas, ao procurarem atendimento nas unidades de saúde, acabam sendo descartadas sem a devida assistência médica.

Hospital Municipal Fechado: Apesar de um investimento de R$ 25 milhões em recursos públicos, o hospital permanece fechado, aumentando as preocupações com a gestão dos recursos e a falta de prioridade para a saúde da população.

Problemas na educação: A qualidade da merenda escolar, o tratamento dispensado aos servidores, tentativas de fechamento de escolas, polêmicas nas mudanças de diretores e a falta de materiais e uniformes são apenas alguns dos problemas enfrentados no setor.

Aumento do salário mínimo municipal: O aumento do salário mínimo de Apucarana para R$ 2.100,00, na realidade, é apenas um abono, e não um reajuste efetivo, o que tem causado insatisfação entre os servidores.

Nomeações de adversários políticos, familiares e de muitas pessoas de fora da cidade: As nomeações de antigos adversários nas eleições, além de familiares, compadres e muitas pessoas de fora da cidade, têm gerado forte insatisfação na população. Essas escolhas frustraram as expectativas de mudança, evidenciando acordos políticos nos bastidores e afastando a renovação prometida.

Dívida bilionária sem plano de pagamento: A cidade enfrenta uma dívida bilionária, sem um plano claro de pagamento, enquanto os gastos públicos com comissionados seguem aumentando.

Infraestrutura deficiente: Prefeito Rodolfo Mota é flagrado distribuindo colchonetes para as pessoas que pernoitavam na fila para a hidroginástica, o que ilustra a falta de estrutura para atender à demanda crescente de serviços públicos.

Falta de Atendimento ao Público: O prefeito tem sido criticado por não atender ou retornar os contatos. Aqueles que buscam atendimento no gabinete enfrentam longas esperas e, muitas vezes, são informados de que não serão atendidos, gerando revolta na população e entre ex-companheiros políticos que se sentem deixados de lado. Nem mesmo os servidores do prédio veem o prefeito, já que ele entra e sai pela porta lateral, de acesso direto ao gabinete, apelidada de “Batcaverna” — passagem que ele havia prometido fechar, mas agora utiliza exclusivamente.

Silêncio e Contradições

Apesar de 89 dias da Gestão Rodolfo Mota e diversas denúncias relacionadas a cargos comissionados, Mota segue em silêncio e não tomou medidas contra servidores flagrados em irregularidades. O prefeito, que se apresentou como um gestor de mudanças, já se tornou um dos mais criticados e com a pior popularidade da história recente de Apucarana, repetindo práticas da administração anterior.

Durante a campanha, Mota criticou o excesso de cargos comissionados, citando Londrina como exemplo. Segundo ele, a cidade vizinha, com mais de 600 mil habitantes, possuía apenas 80 comissionados, enquanto Apucarana, com 130 mil habitantes, tinha mais de 300. No entanto, sua gestão já ultrapassou a marca de 130 nomeações e segue com ritmo acelerado, concedendo aumentos salariais para comissionados e perpetuando a velha política que prometeu combater.

Decepção e frustração Popular

Além disso, as escolhas feitas por Rodolfo Mota geram polêmica. A nomeação de ex-adversários nas eleições levanta questionamentos sobre a continuidade de práticas políticas que muitos esperavam ver encerradas. O ex-prefeito, agora inelegível por oito anos pelo TRE, não pode retornar à vida pública pelo voto e, ao que parece, também não será por nomeação, depois da condenação. No entanto, um candidato de sua chapa “adversário” de Rodolfo Mota na última eleição foi nomeado secretário na gestão Rodolfo Mota.

O descontentamento com a administração de Rodolfo Mota cresce a cada dia, refletindo o contraste entre suas promessas de campanha e as ações concretas tomadas até o momento. O prefeito prometeu “destravar a cidade e cuidar das pessoas”, mas a realidade aponta para um cenário oposto.

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