Na manhã desta quinta-feira (12), a Polícia Civil do Paraná, por meio da 17ª Subdivisão Policial de Apucarana, deflagrou a segunda fase da Operação Outsider, que visa o combate a uma organização criminosa armada responsável pelo tráfico de drogas em esquema de delivery na cidade e região. A ação contou com o apoio da Polícia Civil de Santa Catarina e resultou na prisão de seis pessoas e na apreensão de veículos de luxo, joias, armas e dinheiro.
De acordo com o delegado adjunto da 17ª SDP, Dr. Victor Hugo Torres Bento, a segunda fase da operação é um desdobramento das investigações iniciadas no ano passado e que já haviam resultado em prisões e apreensões expressivas em janeiro deste ano, durante a primeira fase.
“Hoje a Polícia Civil, por meio da 17ª Subdivisão de Apucarana, deflagrou a Operação Outsider em sua segunda fase. A primeira fase foi deflagrada em janeiro, no dia 24. Naquela ocasião, nós apreendemos aproximadamente 14 quilos de drogas, entre maconha, ice (uma espécie mais concentrada de maconha), cocaína, diversos comprimidos de ecstasy, arma de fogo e outros elementos também. Foram presas seis pessoas na primeira fase, e posteriormente mais um integrante foi capturado”, detalhou o delegado.
Segundo Dr. Victor Hugo, o grupo é altamente estruturado e utilizava da violência armada para garantir o funcionamento da organização. “Trata-se de um núcleo de uma organização criminosa armada, que utiliza-se da violência. Inclusive, integrantes dessa facção foram indiciados recentemente por um homicídio ocorrido aqui em Apucarana no ano passado.”
As investigações apontaram que o líder da organização comandava as operações a distância, diretamente do litoral de Santa Catarina, coordenando o tráfico em Apucarana por meio de aplicativos de mensagem e outros meios de comunicação. “As lideranças costumam ficar na região litorânea do estado de Santa Catarina, à distância, comandando o tráfico que era realizado por entregadores aqui na cidade de Apucarana”, explicou o delegado.
Nesta nova etapa, a apuração se concentrou na análise financeira e bancária do grupo. Conforme Dr. Victor Hugo, o núcleo financeiro da organização movimentou em pouco mais de um ano a quantia de R$ 5,1 milhões, valor completamente incompatível com a renda lícita dos investigados.
“Esses valores foram movimentados por meio de diversas transações fragmentadas, utilizando-se de laranjas e empresas de fachada, como empresas de marketing e construção civil, com o objetivo de mascarar a origem criminosa do dinheiro”, afirmou.
Além disso, a análise bancária permitiu identificar novos integrantes do esquema, incluindo outro membro do núcleo financeiro, que transacionou mais de R$ 1 milhão no mesmo período. Também foram identificadas pessoas responsáveis por lavar o dinheiro de outras formas.
Durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão nesta quinta-feira, a polícia sequestrou diversos bens adquiridos com o lucro do tráfico. “Hoje nós apreendemos quatro veículos de alto padrão — um Camaro, um Jeep, uma Mercedes e uma caminhonete — além de joias e outros bens de valor”, informou.
Ao todo, foram cumpridos 10 mandados de busca e apreensão, sendo nove em Apucarana e um em Balneário Camboriú (SC), onde um dos integrantes também foi preso. Em Apucarana, outras cinco pessoas foram detidas preventivamente por ordem judicial, a partir de representação da Polícia Civil.
Quanto às armas de fogo apreendidas, o delegado confirmou que possuem registro, mas há fortes indícios de que seriam utilizadas em atividades criminosas. “O homicídio ocorrido no ano passado, por mando desse grupo, foi praticado com uma arma de calibre 9mm, o mesmo calibre de uma das armas apreendidas hoje”, destacou.
Durante as diligências, a equipe da Criminalística também vistoriou um estabelecimento comercial de compra e venda de veículos, vinculado a um dos investigados, para verificar se havia indícios de irregularidades. “Foi uma medida de cautela para averiguar eventuais outras atividades criminosas relacionadas ao grupo, mas não foram constatadas ilegalidades nos veículos”, explicou.
Por fim, Dr. Victor Hugo ressaltou o prejuízo significativo causado à organização criminosa com a operação desta quinta-feira. “Além de tirar de circulação essas pessoas envolvidas nos crimes, conseguimos também recuperar parte do dinheiro auferido por meio das práticas ilícitas.”
A Polícia Civil de Apucarana segue com as investigações visando a completa desarticulação da organização.