Na manhã desta terça-feira (20), a equipe de reportagem do Canal 38 foi chamada por um pai indignado para ouvir um relato que expõe uma situação grave envolvendo o atendimento no sistema público de saúde em Apucarana.
O senhor Jonatam Rossi procurou a Unidade Básica de Saúde Eunice Penharbel, no bairro Sumatra, levando seu filho de 15 anos que apresentava sintomas preocupantes, como vômito e mal-estar. No entanto, segundo o pai, o atendimento foi negado pela médica de plantão pelo fato de eles não morarem naquela região.
Moradores do Jardim Colonial, pai e filho chegaram à UBS por volta das 6h20 da manhã e passaram pela triagem. O senhor Jonatam contou com detalhes o que aconteceu após isso:
“Nós descemos na UBS lá do Sumatra. E o que acontece é que chegamos lá por volta de 6h20 da manhã, eles esperaram, passaram pela fila, pela triagem. E quando entrou na sala da médica, a médica falou para eles que eles não deveriam ser atendidos lá. Pela rua que a gente morava, tinha que ir para UBS do Colonial. E meu filho, passando mal, ela se recusou a atender ele e mandou ele para o Colonial. Sem um atendimento, sem medicar, ele passando mal, vomitando na rua.”
O pai ainda relatou que sua família já havia sido atendida na mesma UBS em outras ocasiões:
“Eu já fui atendido lá, minha esposa já foi atendida lá, inclusive ela faz acompanhamento com outro médico de lá. E ela falou para essa médica que ela já fazia acompanhamento com esse médico de lá. E essa médica que tava atendendo ela hoje falou que não, que ela não podia nem falar com outro médico, porque ela devia ir embora, porque eles não deviam passar por atendimento lá naquele local.”
Após serem recusados no Sumatra, Jonatam e seu filho se dirigiram à UBS do Jardim Colonial. Ele relatou que até mesmo os profissionais da unidade ficaram surpresos com o ocorrido:
“Encaminharam a gente pra UBS aqui do Colonial, inclusive a própria enfermeira aqui do Colonial falou que nunca viu, jamais viu esse tipo de coisa acontecendo. Até porque já tinha passado pela triagem, tinha passado pela fila, pela triagem e estava dentro do consultório médico. Foi a médica que se recusou a atender e mandou eles pra cá.”
Questionado sobre como se sente diante de toda essa situação, o pai desabafou com revolta:
“É revoltante. Eu acho uma tremenda negligência. Foi, assim, uma coisa que a gente não esperava. Tanto é que eu deixei eles na consulta e fui trabalhar. Acabei agora tendo que sair do trabalho e vim aqui, porque se acaso não conseguisse o atendimento aqui, eu tinha que pegar ele e levar para a UPA, porque ele tava passando mal. Ele veio de lá de baixo até aqui em cima passando mal pela rua. É algo bem sério, que as medidas precisam ser tomadas. Alguém tem que ver alguma coisa sobre isso.”
A reportagem aguarda um posicionamento oficial da Autarquia Municipal de Saúde sobre o ocorrido. O caso gerou indignação, especialmente pelo fato de se tratar de um adolescente com sintomas evidentes de mal-estar e a recusa do atendimento ter ocorrido mesmo após os procedimentos iniciais de triagem.