Vídeos mostram sujeira, mofo e equipamentos quebrados no Hospital da Providência; enquanto o novo hospital segue fechado, a UPA enfrenta superlotação, os postos de saúde não oferecem atendimento noturno e médicos são pressionados a atender em até seis minutos. Mesmo diante desse cenário, o prefeito Rodolfo Mota, aos risos, debocha de denúncia sobre a saúde pública durante audiência na Câmara.

Nesta semana, o Canal 38 recebeu uma denúncia grave envolvendo o Hospital da Providência, em Apucarana. Vídeos encaminhados por uma acompanhante de uma idosa internada pelo SUS revelam o que pacientes enfrentam dentro da unidade: quartos da enfermaria em estado precário de conservação, cadeiras de banho quebradas, acúmulo de sujeira, mau cheiro e risco iminente à saúde dos internados.

Segundo a denunciante, enquanto a fachada do hospital é bem cuidada, o interior conta outra história. “Eles só se preocupam com a aparência por fora, mas aqui dentro está lastimável. Falta limpeza, manutenção, e isso coloca em risco quem já está fragilizado pela doença”, afirmou.

As imagens mostram mofo em paredes e tetos, ferrugem em equipamentos hospitalares e sinais evidentes de desgaste. Além disso, faltam itens básicos para o atendimento digno dos pacientes. A acompanhante ainda relatou que a ventilação inadequada e a ausência de higienização frequente aumentam o risco de infecções hospitalares.

A situação gerou revolta entre familiares e acompanhantes, que cobram uma resposta da direção do hospital e da Prefeitura de Apucarana. Segundo eles, a Gestão Rodolfo Mota, responsável pelos repasses do SUS à unidade, deveria reforçar a fiscalização dos serviços prestados à população.

Enquanto isso, o novo Hospital de Apucarana segue fechado, e a população enfrenta superlotação na UPA, postos de saúde sem atendimento à noite e nos fins de semana, e médicos pressionados a atender pacientes em até seis minutos, sob risco de serem transferidos. Durante uma audiência pública de prestação de contas na Câmara Municipal, o prefeito Rodolfo Mota, em tom de deboche, pediu a palavra e chegou a rir ao mencionar uma reportagem que denunciava a situação da saúde pública no município, alegando que “seus números são outros”.

Diante desse cenário, aumentam as denúncias de negligência, falhas no atendimento e, infelizmente, os altos índices de óbitos em Apucarana.

A reportagem aguarda posicionamento oficial da direção do Hospital da Providência e da Prefeitura Municipal de Apucarana.