A situação na Unidade Básica de Saúde (UBS) da Vila Regina, em Apucarana, foi marcada por revolta e indignação no início desta quinta-feira (13). Segundo o repórter Jonatam Battista, do Canal 38, dezenas de pacientes saíram da unidade sem atendimento após horas de espera. A fila chegou a virar a esquina e, em um passe de mágica, desapareceu. Populares criticaram o modelo de agendamento adotado pela gestão do prefeito Rodolfo Mota, que manda os pacientes embora sem atendimento, oferecendo apenas agendamento para outro dia.
“É um desrespeito total. O prefeito Rodolfo Mota dizia na campanha que iria acabar com as filas, mas ninguém imaginava que seria assim, mandando os doentes embora sem atendimento. Esse secretário de Saúde, formado na Rússia, pode até saber como funciona lá, mas aqui está claro que não funciona”, disparou um paciente, classificando o prefeito como uma “decepção” e destacando a gravidade da situação, inédita especialmente em tão pouco tempo de governo — menos de dois meses de mandato, e já está assim. “Estou com saudade de quando o Beto Preto era prefeito”, concluiu.
O cenário de abandono foi confirmado por outros moradores. Uma paciente revelou que, sem conseguir consulta, precisou pagar por uma tomografia particular. “Você tem que adivinhar o dia em que vai ficar doente para conseguir uma consulta? Cheguei às 6h da manhã e fui embora sem atendimento. Meu vizinho veio às 5h com um banquinho para esperar e só conseguiu vaga para a próxima semana”, relatou, indignada.
As críticas ao sistema de atendimento são contundentes: “Se há dois médicos, por que não atendem pelo menos parte das pessoas por dia? O que vemos aqui é puro descaso. A saúde pública de Apucarana virou uma vergonha. Antes, havia médico até à noite; agora, nem isso.”
“Queríamos Mudança, Mas Não Imaginávamos Que Seria Assim”
Outro morador desabafou: “Queríamos mudança, mas nunca pensamos que seria desse jeito. Pode esperar que o índice de mortalidade em Apucarana vai aumentar. Fecharam os postos de saúde que atendiam à noite e nos finais de semana. Agora, temos esse esquema desumano de triagem, onde só quem tem sorte consegue consulta.”
Ainda segundo o repórter Jonatam Battista, ele tentou entrevistar a responsável pela UBS da Vila Regina, que estava atendendo uma gestante, mas ela recusou-se a falar, orientando o jornalista a procurar a Autarquia Municipal de Saúde. “Não falam porque não têm o que explicar. A saúde está em colapso, faltando de tudo, enquanto pessoas esperam por cirurgias há quase oito anos, falta remédios, médicos, falta de tudo”, completou um dos presentes.
Abandono da Saúde Pública
Pacientes também demonstraram saudosismo ao lembrar do atendimento antes das recentes mudanças. “Antigamente, havia médicos em várias unidades, como no Jardim Porta Grossa e na Bolívar Pavão, mas agora tudo foi centralizado, piorando ainda mais a situação. Está conseguindo ser pior que a gestão anterior”, lamentou um paciente.
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