Na manhã desta terça-feira (27), uma moradora de Apucarana, mãe de duas crianças, procurou a equipe de reportagem do Canal 38 para denunciar o que classificou como um verdadeiro descaso e falta de atendimento na saúde pública do município.
Segundo ela, logo às 7 horas da manhã, levou suas filhas para serem atendidas na Clínica da Criança, mas não conseguiu o atendimento.
Sem alternativas, precisou se deslocar até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), onde também enfrentou dificuldades. Revoltada, ela fez um desabafo à reportagem, relatando toda a sua indignação com o sistema de saúde da cidade.
A mãe declarou:
“Eles falaram assim para mim que não podia atender, que agora era só agendamento. Eu me consulto em outra clínica, mas também só tinha atendimento à noite. Então eu precisei vir imediato, né, por conta das crianças. E eles pegaram e falaram para mim que não tinha como atender, que lá não era pronto atendimento. E foram bem irônicos ainda. E eu tive que vir pra UPA, aqui lotado de criança, criança chorando, que a gente já sabe que criança e adulto junto, doente, não é uma boa coisa pra criança.
E mesmo assim, esse atendimento que a gente já tá acostumada… Eu consegui atendimento para ela, só que ela, na mesma sala que poderia ter sido atendida, não foi. Aí vim pra UPA e consegui atendimento. Só pra passar pela triagem eu fiquei mais umas meia hora, só para triagem, com as crianças.
Aí um rapaz deu um lugar, mas na volta já tava ocupado. A gente sentou no chão, ficou sentado no chão nós duas. Porque daí ninguém mais deu lugar, finge que não vê. E mães também de pé…vergonhoso! O lugar sujo.
Indicou o antibiótico, que é o mais importante, porque a dipirona parece que a maioria de gente tem em casa, porque sempre é o que receita. E aí o antibiótico que precisa, que eu vim aqui… ai, não tem. Talvez vai chegar só amanhã. Não tenho nem certeza ainda.
E o pior é que daí eu chego na escola, porque ela não foi. Eles precisam do atestado. E eu não consegui nem o atestado. Entendeu? Aí ela perde, reprova, pode ser que reprove, porque eu venho, preciso do atestado. Nem o atestado eles forneceram, porque não atenderam. E a criança, que é o mais importante, que é o atendimento? Não tem. Não tem.
Ficou do mesmo. Na verdade ficou pior, porque daí eu fiquei com ela perto de adulto. As duas perdem, resulta para ficar mais doente. Fiquei no vento, no chão. É pior do que eu ter ficado em casa.” — concluiu, emocionada.
A reportagem do Canal 38 reforça que a reclamação da moradora reflete a indignação de muitas famílias que dependem do serviço público de saúde em Apucarana e segue aberta para manifestações da Prefeitura e da Secretaria Municipal de Saúde sobre o caso.