A gestão de Rodolfo Mota é nova, mas as práticas seguem as mesmas das administrações anteriores. Até o momento, a Prefeitura tem se limitado a discursos e retóricas em vez de resolver os problemas, mesmo em casos envolvendo crianças autistas. As palavras são fáceis, mas as ações concretas não acontecem.

Uma mãe de Apucarana denunciou um caso de agressão contra sua filha autista, de 7 anos, dentro da Escola Municipal do Jardim Ponta Grossa. O incidente ocorreu durante o horário de refeição no refeitório da instituição e envolveu uma professora. A denúncia foi feita ao Portal 38 News nesta quarta-feira, 2 de abril de 2025, no Dia Mundial de Conscientização do Autismo, como forma de alertar a gestão municipal sobre a falta de respeito à lei e às cerca de 762 crianças autistas que estudam na rede pública de Apucarana sem professores auxiliares.
Segundo informações da reportagem, os alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Transtorno do Déficit de Atenção (TDA) ficam desassistidos, já que as professoras não conseguem, sozinhas, oferecer o suporte necessário em sala de aula.

O caso veio à tona no dia 27 de fevereiro de 2025 após outra mãe relatar que sua filha presenciou a agressão. Segundo o relato, a criança autista teria derrubado acidentalmente um copo de chá, momento em que a professora, de forma agressiva, esfregou o líquido no rosto da menina. Em seguida, ao tentar fugir, a criança foi puxada pelos cabelos e levada de volta ao refeitório, onde ainda teria sido insultada verbalmente.

A mãe da vítima registrou um Boletim de Ocorrência na Polícia Civil de Apucarana e procurou a direção da escola para relatar o ocorrido. No entanto, segundo ela, a escola apenas se comprometeu a investigar a situação, sem adotar medidas concretas para afastar a professora.

A família também buscou apoio no Ministério Público, no Conselho Tutelar e na AME (Atendimento Multiprofissional Especializado), que atende crianças autistas na cidade. A AME convocou a professora para esclarecimentos, e ela teria se comprometido a não lecionar mais para a turma das meninas. No entanto, a educadora continua atuando na escola, e a mãe critica a falta de providências efetivas para garantir a segurança das crianças.

“Se eu não me sentisse segura, poderia mudar minhas filhas de escola. Mas por que eu devo mudar minhas filhas e não afastar a professora agressora? Isso é uma clara falha na inclusão”, desabafa a mãe.

A família argumenta que a troca de escola prejudicaria o desenvolvimento da criança autista, já adaptada ao ambiente e aos colegas. Além disso, a mudança resultaria em custos com transporte escolar, que a família não teria como arcar, já que a atual instituição é a única que oferece transporte gratuito.

A mãe também critica a postura das autoridades diante da denúncia. “Se uma mulher adulta é agredida, a Justiça determina medidas protetivas para afastar o agressor. Mas minha filha, que é uma criança autista e não sabe se defender, é obrigada a conviver com sua agressora dentro da escola?”, questiona.

O caso segue sendo acompanhado pela família, que cobra a responsabilização da professora e medidas concretas para garantir a segurança das crianças na escola.

Nesta terça-feira (2), após reunião na escola, a mãe relatou que foi orientada a mandar sua filha de volta às aulas. “Meu maior medo é ela estar lá dentro e ter que esperar toda uma sindicância, sem prazo determinado, para saber o que vai acontecer. Enquanto isso, a professora continua na escola e minhas filhas precisam voltar, porque, se eu não mandar, isso pode me trazer problemas legais”, desabafa. Apesar do receio, ela afirma que a nova direção da unidade a acolheu e lhe passou mais segurança quanto ao retorno da criança.

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