A gestão de Rodolfo Mota é nova, mas as práticas seguem as mesmas das administrações anteriores. Até o momento, a Prefeitura tem se limitado a discursos e retóricas em vez de resolver os problemas, mesmo em casos envolvendo crianças autistas. As palavras são fáceis, mas as ações concretas não acontecem.
O caso veio à tona no dia 27 de fevereiro de 2025 após outra mãe relatar que sua filha presenciou a agressão. Segundo o relato, a criança autista teria derrubado acidentalmente um copo de chá, momento em que a professora, de forma agressiva, esfregou o líquido no rosto da menina. Em seguida, ao tentar fugir, a criança foi puxada pelos cabelos e levada de volta ao refeitório, onde ainda teria sido insultada verbalmente.
A mãe da vítima registrou um Boletim de Ocorrência na Polícia Civil de Apucarana e procurou a direção da escola para relatar o ocorrido. No entanto, segundo ela, a escola apenas se comprometeu a investigar a situação, sem adotar medidas concretas para afastar a professora.
A família também buscou apoio no Ministério Público, no Conselho Tutelar e na AME (Atendimento Multiprofissional Especializado), que atende crianças autistas na cidade. A AME convocou a professora para esclarecimentos, e ela teria se comprometido a não lecionar mais para a turma das meninas. No entanto, a educadora continua atuando na escola, e a mãe critica a falta de providências efetivas para garantir a segurança das crianças.
“Se eu não me sentisse segura, poderia mudar minhas filhas de escola. Mas por que eu devo mudar minhas filhas e não afastar a professora agressora? Isso é uma clara falha na inclusão”, desabafa a mãe.
A família argumenta que a troca de escola prejudicaria o desenvolvimento da criança autista, já adaptada ao ambiente e aos colegas. Além disso, a mudança resultaria em custos com transporte escolar, que a família não teria como arcar, já que a atual instituição é a única que oferece transporte gratuito.
A mãe também critica a postura das autoridades diante da denúncia. “Se uma mulher adulta é agredida, a Justiça determina medidas protetivas para afastar o agressor. Mas minha filha, que é uma criança autista e não sabe se defender, é obrigada a conviver com sua agressora dentro da escola?”, questiona.
O caso segue sendo acompanhado pela família, que cobra a responsabilização da professora e medidas concretas para garantir a segurança das crianças na escola.
Nesta terça-feira (2), após reunião na escola, a mãe relatou que foi orientada a mandar sua filha de volta às aulas. “Meu maior medo é ela estar lá dentro e ter que esperar toda uma sindicância, sem prazo determinado, para saber o que vai acontecer. Enquanto isso, a professora continua na escola e minhas filhas precisam voltar, porque, se eu não mandar, isso pode me trazer problemas legais”, desabafa. Apesar do receio, ela afirma que a nova direção da unidade a acolheu e lhe passou mais segurança quanto ao retorno da criança.