O processo seletivo para diretores de escolas e CMEIs em Apucarana gerou indignação entre professores e servidores da educação após a nomeação de candidatos que não atingiram a nota mínima exigida no edital. O prefeito, sem transparência na escolha, nomeou pessoas que haviam sido eliminadas na fase de provas e até quem sequer participou do processo, contrariando os critérios estabelecidos.

Seleção Conturbada e Nomeações Questionáveis

O edital estipulava que candidatos com nota inferior a 7,0 na primeira fase seriam automaticamente eliminados. Entretanto, contrariando essa regra, o prefeito nomeou diversos candidatos reprovados, sem divulgar os critérios utilizados para essas decisões.

Essa falta de clareza gerou questionamentos entre concorrentes que obtiveram notas superiores, mas não foram nomeados. Entre os casos mais polêmicos, há o de um familiar de político, candidato ao cargo de diretor de um CMEI. Ele obteve nota 5,5 e foi eliminado, mas, por ser o único concorrente, foi nomeado mesmo sem atingir a exigência mínima. Situação semelhante ocorreu com uma parente de vereador, que obteve nota 6,7, foi reprovada e, ainda assim, reconduzida ao cargo de diretora.

Moralidade em Xeque

O maior problema, segundo juristas consultados pelo Canal 38, não está na legalidade do processo, mas na moralidade das nomeações. A seleção foi estruturada em três fases: prova escrita, avaliação/votação e apresentação de diplomas. No entanto, a fase eliminatória, que exigia nota mínima de 7,0, foi ignorada no momento das nomeações, resultando na escolha de candidatos que sequer passaram para as etapas seguintes.

A indignação entre professores e servidores aumentou ainda mais com a nomeação de uma ex-Miss para a direção de um CMEI. A candidata sequer participou do processo seletivo e foi escolhida sem qualquer avaliação, o que levantou suspeitas sobre os critérios adotados.

Contradição e Falta de Coerência

O prefeito, que durante sua campanha pregava transparência e eficiência na administração, contradiz seu próprio discurso ao nomear candidatos reprovados no exame aplicado pela Autarquia Municipal de Educação. Além disso, sua gestão afirmou ter encontrado diversas irregularidades na administração anterior, mas mantém diretoras nomeadas pelo ex-prefeito, colocando em dúvida a coerência de suas ações.

Uma postagem em um grupo de professores lamentou: “Difícil entender como a escolha dos diretores foi feita. A indicação de nomes vai contra o que foi estabelecido no próprio edital. Seria justo conceder a oportunidade aos aprovados que não conseguiram sua primeira opção. Decepcionante para quem se dedicou e acreditou na transparência do processo. Fomos todos enganados.”

Uma servidora afirmou: ‘Tem pessoas que nem têm avaliação funcional e outras que ainda respondem a processos administrativos.

Em outra postagem no mesmo grupo, um participante questionou:

“Foram 114 candidatos, e apenas 38 passaram. Qual o critério usado para preencher essas vagas remanescentes? Cadê a transparência? Como nós, pais, podemos ter certeza de que os escolhidos estão qualificados para assumir o cargo e que não foram indicados por amizade ou acordos políticos? Por que não realizaram uma votação entre os pais das escolas que ficaram sem diretores aprovados no processo seletivo? Muitas dúvidas ficaram no ar!”

Desrespeito aos Princípios da Administração Pública

A Constituição Federal estabelece os princípios da Administração Pública: Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência. No entanto, a nomeação de candidatos reprovados fere diretamente esses princípios, especialmente o da moralidade, gerando indignação entre a maioria dos profissionais da educação, senão todos.

O Portal 38 News denunciou as irregularidades, e a questão não era defender este ou aquele servidor, mas trazer a verdade à tona. Em determinados momentos, diversas pessoas que estavam sendo prejudicadas acreditaram na palavra da gestão Rodolfo Mota e chegaram a criticar publicamente a reportagem. No fim das contas, tudo o que foi alertado pela reportagem se concretizou, pois a verdade sempre vem à tona.

A pergunta que fica é: qual critério foi adotado para essas nomeações? E, mais importante, como garantir que a gestão da educação municipal seja pautada pela meritocracia e transparência?

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