Câncer de pele não melanoma é o mais incidente no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca).
Os cuidados com a pele devem ser redobrados nesta época de dias ensolarados, e é fundamental ficar atento a sinais diferentes que surgem em diversas partes do corpo, pois podem ser indícios do desenvolvimento de câncer do tipo não melanoma. O oncologista Rafael Neiva, da Oncoclínicas Londrina, alerta que lesões que aparecem e demoram a regredir ou pioram com o tempo, além de apresentarem alterações como úlceras, sangramentos fáceis, mudanças de textura ou de cor, além de aumento do tamanho e bordas assimétricas ou irregulares, devem ser avaliadas por um médico o quanto antes.
Embora seja o câncer mais frequente no Brasil, a Região Sul concentra as maiores taxas de incidência para ambos os sexos. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a estimativa é de 135,86 diagnósticos por 100 mil habitantes entre homens e 123,33 entre mulheres. No país como um todo, a previsão é de 220.490 novos casos neste ano, com médias de 96,44 para o público masculino e 107,21 para o feminino a cada 100 mil pessoas.
Sinais
As alterações das manchas escurecidas ou pintas podem ser classificadas no sistema “ABCDE”, ou seja, Assimetria, Bordas irregulares, Cor, Diâmetro e Evolução:
• Assimetria: uma metade da lesão não é igual a outra metade;
• Bordas: possui um contorno irregular;
• Cor: tem cores diferentes, entre vermelho, marrom, cinza e preto;
• Diâmetro: apresenta um diâmetro maior do que 6 mm;
• Evolução: mudanças rápidas e recentes em suas características ao longo do tempo, como tamanho, forma e cor.
Detecção e tratamento
É uma doença oncológica que pode ser tratada se detectada precocemente. O especialista explica que, geralmente, o diagnóstico é clínico, baseado nas informações fornecidas pelos pacientes e também no exame físico. A avaliação dos sinais suspeitos é efetuada por dermatoscopia e, para o acompanhamento, pode ser utilizado o mapeamento digital das lesões. “Após a suspeita, procedemos a biópsia total ou parcial da lesão para realizar a confirmação pelo exame anatomopatológico”, complementa.
Rafael Neiva afirma que na maioria das situações, o tratamento consiste na ressecção da lesão e nos casos de melanoma, tumor mais agressivo, é recomendado que esses procedimentos sejam feitos por um cirurgião oncológico.
Para prevenir esse problema, o especialista destaca a importância de adotar medidas de proteção, como evitar a exposição prolongada ao sol. Quando for necessário permanecer ao ar livre, a orientação é optar pelos horários de menor intensidade dos raios ultravioleta, antes das 10h ou após as 15h. Também é fundamental aplicar o filtro solar entre 15 e 30 minutos antes da exposição e reaplicá-lo a cada duas horas ou sempre que houver contato com água, suor excessivo ou uso de toalhas. Além disso, acessórios como bonés e chapéus são recomendados em dias de sol intenso.