Merendeiras denunciam escassez de leite, frutas, manteiga e arroz de qualidade inferior. Gestão Rodolfo Mota é acusada de descumprir promessa de campanha e ignorar a realidade de crianças que têm na merenda a única refeição do dia.
O Portal 38 News recebeu diversas denúncias de servidoras municipais de Apucarana sobre a falta de alimentos e a queda acentuada da qualidade da merenda escolar oferecida nas escolas e CMEIs da rede municipal. Segundo os relatos, itens essenciais como leite, frutas, manteiga e nata têm sumido do cardápio das crianças, e o arroz entregue seria de segunda linha tem muita reclamação da qualidade no fornecimento da carne.
“Não tem manteiga, não tem nata, arroz é de segunda, não tem mais frutas todos os dias, menos quantidade de leite. Tá complicada a coisa na merenda”, desabafou uma merendeira.
As denúncias indicam que, além da quantidade insuficiente, a qualidade dos produtos entregues também caiu significativamente. “Parece que mudaram os fornecedores”, relatou uma servidora. Elas afirmam que a situação vem se agravando e já impacta diretamente no preparo e no valor nutricional das refeições.
Promessa não cumprida
Durante a campanha eleitoral, o prefeito Rodolfo Mota prometeu priorizar e melhorar a merenda escolar, usando o slogan “Cuidando das pessoas e construindo o futuro”. No entanto, segundo os relatos de quem está na linha de frente, a realidade é o oposto do discurso: a merenda escolar piorou visivelmente, tanto em qualidade quanto em regularidade.
Para muitas crianças, a merenda escolar representa a única refeição completa do dia. Negligenciar esse serviço essencial é, segundo as servidoras, uma forma cruel de abandono social, especialmente diante da situação econômica de centenas de famílias em vulnerabilidade.
Descompasso de prioridades
Enquanto falta merenda nas escolas, a gestão Rodolfo Mota é alvo de críticas por autorizar uma licitação de R$ 45 milhões para a contratação de 570 cargos — muitos com salários superiores aos de servidores concursados que, mesmo aprovados, seguem sem convocação. O caso deve gerar manifestações e ações na Justiça.
“Se não há recursos para garantir merenda escolar e saúde pública, como justificar R$ 45 milhões para contratar pessoas?”, questiona uma professora da rede municipal, revoltada com a situação.
Falta de diálogo com servidores e com a população
“A ausência de atendimento à população e aos próprios servidores, segundo as críticas, reforça a sensação de isolamento da atual administração. O prefeito precisa parar de viajar pelo país e ouvir as pessoas. O que se espera de um gestor é presença, parar com promessas vazias e enfrentar os problemas com diálogo — e não com marketing. Ele gasta uma fortuna dos cofres públicos com propagandas e, mesmo assim, ninguém mais acredita nas retóricas”, completou outro servidor.
Em meio às denúncias, o Portal 38 News reforça o compromisso com a transparência e continuará acompanhando o caso. Espera-se que a Gestão Rodolfo Mota se pronuncie sobre as acusações e, principalmente, que tome providências concretas — não retóricas — para garantir o direito básico à alimentação escolar.