Érika Mialik Marena (Apucarana, 1975) é uma delegada da Polícia Federal conhecida nacionalmente por sua atuação na Operação Lava Jato. Ao longo da carreira, também trabalhou nas divisões de repressão a crimes financeiros em São Paulo e Curitiba, além da divisão de combate à corrupção e desvio de verbas públicas em Santa Catarina.
Após 22 anos de serviços prestados à corporação, Érika Marena se aposentou voluntariamente. A vacância do cargo foi oficializada nesta quarta-feira (21), com a publicação de sua saída no Diário Oficial da União.
Delegada de classe especial — o mais alto nível da carreira na PF — Érika teve atuação de destaque nas operações Lava Jato e Ouvidos Moucos.
Ela teve papel central no início das investigações sobre o esquema bilionário de corrupção, lavagem de dinheiro e cartel de empreiteiras envolvendo a Petrobras, iniciado em 2003. Foi Marena quem batizou a operação como “Lava Jato”, em 2014.
O protagonismo lhe rendeu a nomeação para o comando do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI), durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Mãe da Lava Jato” trabalhou com Moro no Ministério da Justiça
A delegada foi convidada para chefiar o DRCI pelo então ministro da Justiça, Sérgio Moro (União-PR), ex-juiz da Lava Jato. Ela permaneceu no cargo até junho de 2020, quando deixou a função após a saída de Moro do governo.
Érika também ganhou notoriedade durante a Operação Ouvidos Moucos, na qual pediu a prisão do então reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Luiz Carlos Cancellier, investigado por supostos desvios em programas de ensino a distância.
Além dessas operações, Marena participou das investigações do caso Banestado, iniciado no fim dos anos 1990, que também projetou o nome de Sérgio Moro. Ela ainda atuou como procuradora do Banco Central, técnica da Justiça Eleitoral e superintendente da Polícia Federal em Sergipe.