Uma tragédia marcou a madrugada de domingo (30) na BR-373, no Paraná. Cinco jovens indígenas do povo Guarani Mbya perderam a vida em um grave acidente entre um automóvel e um caminhão. Apenas uma bebê, filha de uma das vítimas, sobreviveu ao impacto.
As vítimas foram identificadas como Diegson Renan Pires, de 19 anos, Eliel Karai Tataendy, de 22, Elison Jeguaka Mirim Ribeiro, também de 22, Jaqueline Jerá, de 19, e Jonas Pires de Lima, de 14 anos. Todos eram moradores da aldeia Palmeirinha do Iguaçu, localizada na Terra Indígena Mangueirinha, no município de Chopinzinho (PR).
A Comissão Guarani Yvyrupa divulgou uma nota de pesar lamentando a perda dos jovens e destacando o impacto da tragédia na comunidade indígena. “Quando uma vida jovem se perde, perdemos parte do futuro do nosso povo”, afirmou a entidade.
A bebê que sobreviveu sofreu apenas ferimentos leves e está sob os cuidados de familiares. O motorista do caminhão envolvido no acidente também sobreviveu, mas as causas do acidente ainda estão sendo investigadas.
VIDAS INTERROMPIDAS
Nailsen Ywá, que conhecia as vítimas desde a infância, lembrou as histórias de cada um. Diegson era apaixonado por futebol e atuava como goleiro de um time local. Ele deixa a esposa grávida. Eliel, o caçula da família, tinha uma filha de um ano. Já Elison, estudante do segundo ano do ensino médio, gostava de tocar violão e cantar músicas sagradas de seu povo. Ele também deixa uma filha, de dois anos.
Jaqueline era descrita como uma jovem alegre e sempre sorridente. Ela tinha três filhas, sendo uma delas a bebê sobrevivente. O adolescente Jonas, por sua vez, cursava o nono ano do ensino fundamental e completaria 15 anos no dia 1º de abril. “Ele foi meu aluno desde o terceiro ano”, recordou um de seus professores.
A tragédia gerou grande comoção, não apenas entre os indígenas, mas em toda a sociedade. Lideranças da comunidade reforçam a necessidade de apoio às famílias e pedem providências para evitar novos acidentes na região.