A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Apucarana enfrenta uma crise sem precedentes nesta terça-feira (25). Com poucos médicos atendendo, a unidade está superlotada, e pacientes aguardam por horas para serem atendidos. Mães com crianças de colo, idosos e trabalhadores relatam a precariedade do serviço, a falta de estrutura e o descaso das autoridades.
O repórter Jonatam Battista, do Canal 38, registrou imagens que mostram mais uma vez a UPA lotada. “Nossa equipe foi chamada novamente para cobrir a situação da UPA de Apucarana. Poderia ser uma matéria repetida, mas infelizmente essa é a realidade dos apucaranenses. Todas as semanas e praticamente todos os dias, o cenário é o mesmo: superlotação.”
Segundo informações obtidas pelo Portal 38 News com servidores da UPA, o atendimento foi reduzido de sete para apenas quatro médicos. Além disso, a unidade está sem diretor clínico, e a administradora hospitalar tem alterado a escala de atendimento. A situação se agrava ainda mais com a falta de atendimento na Clínica da Criança, que se tornou um verdadeiro pesadelo para pais e mães apucaranenses. O sistema de triagem nos postos de saúde também contribui para o aumento da demanda na UPA.
A espera na unidade não é ainda maior porque a administração municipal tem adotado uma estratégia polêmica: as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) estão fechando às 17h e não funcionando à noite. Nos postos de saúde, pacientes são triados e muitas vezes mandados embora sem atendimento e agendados o retorno para outros dias. Na UPA, médicos terceirizados e concursados estão sendo pressionados a atender um número elevado de pacientes rapidamente para não perderem seus postos. “Os médicos estão sendo obrigados a atender por quantidade e não por qualidade. Se não atingirem a meta, estão fora da escala. Isso é o pior. Todos estão atendendo números absurdos de pacientes para não perderem o emprego. Tudo isso por ordem da nova chefia”, denunciou um servidor da unidade.
Um servidor da Saúde Pública que denunciou as irregularidades “Diante desse cenário, os defensores do prefeito Rodolfo Mota tentam minimizar a crise alegando que, às segundas-feiras, a UPA fica lotada devido à procura por atestados médicos. No entanto, essa justificativa não se sustenta, já que, nesta terça-feira, a superlotação continua. Comissionados da prefeitura e parentes de políticos tentam desviar o foco da crise atacando as denúncias da imprensa e minimizando a responsabilidade da administração, argumentando que está no comando da prefeitura há poucos dias, se esquecendo que foram mais 90 dias de trânsição. Além disso, ignoram a falta generalizada de recursos na saúde e evitam associar o problema aos gastos de R$ 2 milhões dos cofres públicos com festejos do aniversário da cidade. Nota-se que fazem comentários sem sequer terem lido a matéria, reproduzindo narrativas orquestradas” denunciou o servidor público.
A população segue revoltada e cobrando medidas urgentes para garantir um atendimento digno na saúde pública de Apucarana.
Relembre Matéria Publicada ontem (24):