Na noite desta sexta-feira (11), a Câmara Municipal de Apucarana promoveu uma audiência pública com o objetivo de ouvir a comunidade e entidades ligadas à causa da inclusão, visando a criação do Código de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência no município.
O encontro reuniu representantes de diversas instituições e conselhos, como a Associação dos Pais e Amigos dos Autistas Apucaranenses (Amaa), Associação DownLoad, Federação Paranaense de Síndrome de Down, Casa do Dodô, Pastoral dos Surdos, Instituto dos Cegos, Associação dos Deficientes de Apucarana (Adefiap), Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência, Conselho Municipal de Saúde, Conselho Municipal de Assistência Social, Núcleo Regional de Educação (NRE).
Durante a audiência, o presidente da Câmara Municipal de Apucarana, vereador Danylo Acioli, fez um pronunciamento emocionado e comprometido, destacando a importância da escuta ativa da população na construção de políticas públicas mais justas e inclusivas.
“Uma alegria poder falar com todos vocês para dizer que na sexta-feira à noite nós estivemos aqui na Câmara para falar sobre a criação do Código de Defesa da Pessoa com Deficiência no âmbito de Apucarana. É necessário que nós ouçamos as famílias e as pessoas que sabem qual a dor diária, com a dificuldade diária nessa pauta, que é das pessoas com deficiência. E eu aprendi desde muito cedo com o Machado de Assis, sempre digo isso, que nós suportamos com muita facilidade a dor no fígado do próximo. Mas enquanto político, como somos representantes do povo, a dor do povo é a nossa dor. Então nós precisamos fazer alguma coisa. Se estamos na escuridão, ao invés de amaldiçoar ela, nós temos que acender a vela, e essa é a nossa função enquanto político.
Em razão disso, ouvimos as famílias, ouvimos os representantes de instituições, de associações. E agora nós já temos um panorama geral, ainda que genérico. Pelos próximos 30 dias, a Câmara abre um espaço para que as pessoas com deficiência, para que as pessoas que acompanham, que sabem da dificuldade diária, possam encaminhar para a Câmara Municipal quais as necessidades que encontram diariamente e quais as possíveis soluções, para que dessa maneira eu possa fazer o esboço, junto com meus nobres colegas vereadores, o esboço desse Código de Defesa da Pessoa com Deficiência.
Por óbvio, é necessário capacitar os vereadores e toda a população sobre o tema. Nós tivemos aqui, um dos que usaram da tribuna fez o uso da linguagem, o uso das libras, e veja, nem 10% das pessoas que estavam aqui conseguiam entender se nós não tivéssemos um intérprete. Mas o ideal é que todas as pessoas entendessem em libras. Nós precisamos resolver esse problema, não com nós que já estamos velhos, mas em especial com as nossas crianças. É na educação inclusiva, lá nas nossas escolas municipais.
Então quero dizer o seguinte: o nosso compromisso é com a população em geral. Nosso compromisso é em conferir, garantir a igualdade, a isonomia às pessoas com deficiência, para que todos tenham igualdade de oportunidades.”
A proposta da criação do Código representa um marco para Apucarana e promete avançar nas políticas públicas voltadas à inclusão, com participação direta da sociedade na sua elaboração.
