Apucarana, 3 de junho de 2025 — A cidade de Apucarana enfrenta um cenário alarmante com o avanço da epidemia de dengue. De acordo com o boletim epidemiológico divulgado nesta terça-feira pela Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (Sesa), o município contabiliza 1.907 casos confirmados da doença e dois óbitos desde o início do ano epidemiológico.
Apesar da alta nos números, o prefeito Rodolfo Mota anunciou o encerramento das atividades do Pronto Atendimento da Dengue 18 Horas, decisão que tem gerado críticas por parte da população.
O anúncio foi feito pelo próprio prefeito, que justificou a medida com base na suposta “expressiva redução” dos casos da doença.
“Com a expressiva redução dos casos de dengue em Apucarana, encerraremos as atividades do Pronto Atendimento 18 Horas a partir da próxima semana. No mesmo local, será inaugurado o Pronto Atendimento Infantil (PAI), que funcionará das 7h às 22h, de domingo a domingo, com pediatras e médicos especializados em atendimento infantil”, afirmou Rodolfo Mota.
Contudo, o boletim estadual divulgado nesta terça-feira contradiz a declaração do gestor, ao indicar aumento nos casos de dengue no município, incluindo a confirmação de mais um óbito. Moradores apontam que, mesmo com a alta nos números, o atendimento do 18 Horas será encerrado, assim como o atendimento noturno e aos fins de semana nas Unidades Básicas de Saúde (UBS).
Outro ponto que gera indignação é o não funcionamento do novo hospital público de Apucarana, que teve investimento de R$ 26 milhões em recursos públicos. A estrutura permanece fechada, e o prédio do Pronto Atendimento da Dengue — agora desativado — havia sido improvisado para suprir a carência hospitalar.
“Em vez de fechar o atendimento da dengue, a prefeitura deveria ampliar o serviço, transformando-o em pronto atendimento geral 24 horas”, afirmou um morador.
Segundo a comunidade, a decisão é considerada precipitada e politicamente motivada, especialmente diante das frequentes queixas de superlotação no Hospital da Providência e da falta de leitos em todo o estado.
“O prefeito diz que os casos caíram, mas os dados mostram o contrário. A situação se agrava ainda mais com o aumento dos casos de gripe. Isso é brincar com a saúde da população”, criticou outro cidadão.
Enquanto a Prefeitura foca na abertura do novo Pronto Atendimento Infantil — medida elogiada por moradores —, a população cobra a abertura imediata do novo hospital, que permanece fechado.