A dor e a revolta de uma família marcaram um triste episódio ocorrido na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Apucarana. Maycon Geraldino da Silva, de 29 anos, faleceu após procurar atendimento médico no dia 5 de março. Segundo seus familiares, ele já apresentava episódios de desmaios, mas não recebeu os exames necessários para um diagnóstico adequado. Em vez disso, foi medicado apenas com dipirona e um remédio para enjoo. No dia seguinte, Maycon faleceu em sua residência.
O caso, ocorrido na quinta-feira, 6 de março de 2025, gerou grande comoção nas redes sociais e levou a família a pedir justiça.
De acordo com o relato do tio da vítima, Edivaldo Cardoso, Maycon já vinha apresentando sintomas preocupantes dias antes, como desmaios e alterações repentinas nos níveis de glicose, chegando a registrar uma taxa elevada de diabetes. No entanto, ao procurar atendimento na UPA no dia 5 de março, foi liberado sem a realização de exames mais aprofundados, como coleta de sangue ou tomografia, sendo prescrito apenas dipirona.
Em um áudio enviado para sua mãe enquanto aguardava atendimento, Maycon relatou sua preocupação com os sintomas e a tentativa de fazer exames para descobrir o que estava acontecendo com sua saúde.“Eu estou aqui na UPA, vou ver se consigo fazer alguns exames, alguma coisa para entender o que está acontecendo”, disse o jovem.
Edivaldo relatou que, mesmo sem um diagnóstico conclusivo, Maycon foi ao trabalho no dia seguinte e, ao retornar para casa, passou mal e faleceu. “O Maycon era extremamente saudável, trabalhador, esforçado. Ele sabia que havia algo errado e procurou atendimento, mas o que fizeram foi um absurdo. Não pediram exames básicos, como um eletrocardiograma. Se tivessem feito isso, talvez ele ainda estivesse vivo”, lamentou o tio.
A família reforça que quer justiça e que o caso não seja esquecido. “Nós não queremos que a morte dele vire apenas mais um número nas estatísticas de atendimentos negligenciados. A família está desamparada, e se a gente não se unir e cobrar providências, isso vai continuar acontecendo”, declarou Edivaldo.
A reportagem do Portal 38 News já havia denunciado, há poucos dias, que médicos da UPA estavam sendo pressionados a realizar atendimentos em poucos minutos e que aqueles que não acatassem essa exigência seriam retirados da escala. A denúncia foi trazida a público por um médico que expôs a situação.
Agora, com essa morte, a reportagem aguarda respostas da gestão do prefeito Rodolfo Mota e das autoridades de saúde de Apucarana para esclarecer o ocorrido e entender quais medidas serão adotadas para evitar novos casos como este.