Tem pessoas que só postam vídeos e vivem de retórica, enquanto outras não postam nada, mas fazem. Saúde pública precisa ser tratada com responsabilidade”, disse outro reclamante da gestão Rodolfo Mota na área da Saúde. No mesmo dia, após tomar conhecimento da reportagem, Lucas Leugi, chefe da 16ª Regional de Saúde, interveio pessoalmente e agendou a consulta médica e a cirurgia. Esse tipo de atitude é o que a população apucaranense espera da administração municipal.

A 16ª Regional de Saúde de Apucarana atende 17 municípios em sua área de abrangência e, somente neste ano, já emitiu mais de 30 mil autorizações de procedimentos, entre consultas, cirurgias e exames, beneficiando todos os municípios da região.

O que a população definitivamente não espera é um prefeito agindo como comentarista de rede social, enquanto pacientes sofrem à espera de atendimento. Foi o que aconteceu no caso de um simples pedido de raio-X — exame que custa cerca de R$ 50 em clínicas particulares e sairia ainda mais barato para os cofres públicos. Em vez de agir como gestor e resolver a situação, Rodolfo Mota opta por fazer retóricas vazias, responde com justificativas genéricas e termina pedindo que a paciente tenha fé.

“Nesse caso, ele está até certo: só Deus na causa mesmo”, ironizou uma servidora municipal, visivelmente revoltada com o desprezo à dor alheia e à responsabilidade pública.


Relembre o caso:

Débora Cristina da Silva, de 46 anos, moradora de Apucarana (PR), fez um forte desabafo nas redes sociais na última sexta-feira (20), relatando sua luta contra o descaso do sistema público de saúde. Em uma carta aberta, ela expôs o sofrimento que enfrenta há meses devido a miomas uterinos graves, condição que tem causado dores intensas, sangramentos descontrolados, inchaço abdominal e forte abalo emocional.

Segundo Débora, o diagnóstico já havia sido feito, com indicação formal para a realização de uma histerectomia pelo SUS. A cirurgia foi autorizada, mas, de acordo com seu relato, documentos importantes como a guia cirúrgica e o retorno médico foram extraviados, o que impediu o andamento do tratamento.

Desde então, tento atendimento na autarquia e na UBS, mas sou ignorada, negada e empurrada de um lado para o outro”, escreveu.

Ela também afirmou que buscou ajuda junto a secretário municipal de saúde e ao próprio prefeito Rodolfo Mota, mas não obteve retorno.

Mesmo com dores constantes, Débora segue trabalhando diariamente. Seu desabafo viralizou especialmente após a seguinte frase:

O sistema público simplesmente não está nem ai  para a minha saúde”, desabafou.

Ela finalizou a carta com um apelo contundente:

Vamos fazer barulho! Não aceito mais ficar invisível enquanto meu corpo pede socorro.


Desfecho

Após a grande repercussão do caso, a equipe do secretário estadual da Saúde, Beto Preto, por meio da 16ª Regional de Saúde, entrou em contato com Débora e agendou a consulta médica e a cirurgia. A ação foi confirmada após intervenção direta do chefe regional, Lucas Leugi.

O caso de Débora escancara a urgência da mobilização social e da exposição pública de denúncias reais para que o poder público seja, ao menos, forçado a agir. O prefeito Rodolfo Mota, além de passar grande parte do tempo viajando — possivelmente vai superar seus antecessores também nesse quesito —, simplesmente não atende a população. Resta aos cidadãos apenas recorrer ao Canal 38, que se tornou o único espaço onde denúncias ganham visibilidade e, eventualmente, algum tipo de resposta.

Siga-nos nas redes sociais:

Compartilhe: