Imagem por: Caio Andrade/Canal 38

A advogada criminalista Thaís Silva concedeu entrevista ao repórter André Garcia do Canal 38, para esclarecer detalhes sobre a situação jurídica dos quatro acusados de envolvimento no assassinato do taxista José Carlos Rossi, crime ocorrido no dia 22 de abril, em Cambé.

De acordo com a advogada, o inquérito policial foi recentemente concluído e resultou no indiciamento de todos os envolvidos.

“O inquérito policial foi finalizado esta semana, promovendo o indiciamento dos quatro acusados por latrocínio e associação criminosa. Estamos aguardando a manifestação do Ministério Público e a edição da denúncia para que o processo dê andamento”, informou Thaís.

Ela explicou que, conforme apurado pela Polícia Civil, houve planejamento prévio do crime.

“Foi levantado pela polícia, em sede de investigação, até por meio da captura de imagens das câmeras da região, que no dia 18, antes do fato, um casal chamou o senhor José para uma corrida. Eles foram até um posto de gasolina onde o senhor José abastecia rotineiramente. Posteriormente, no dia 22, eles realizaram o roubo com mais duas pessoas”, relatou.

A advogada também comentou sobre os pertences da vítima:

“No carro estavam os pertences pessoais do taxista, como carteira, que depois foi localizada no interior do veículo. Havia uma quantidade de dinheiro, mas o celular dele, quando os acusados foram presos na região de Botucatu, já não estava mais com eles. Eles relataram ao delegado que o venderam para a utilização de droga, e apenas o carro foi recapturado.”

Thaís Silva destacou que os quatro indivíduos foram formalmente indiciados:

“São quatro pessoas envolvidas no caso. Os quatro foram indiciados e participaram de maneira direta ou indireta. Relata-se que o casal teria combinado o roubo antes e, depois, chamado as outras duas pessoas para participar.”

Segundo a advogada, há divergências entre as versões apresentadas pelos acusados:

“Essa versão é contestada entre eles. De uma maneira geral, no primeiro momento, quando foram presos em São Paulo, disseram que os quatro pegaram o carro para vender drogas. Porém, no depoimento em Cambé, essa versão mudou: um dos acusados imputa a total responsabilidade ao casal, que, por sua vez, acusa os outros.”

Ainda sobre os relatos dos envolvidos, Thaís esclareceu:

“O casal afirma que foram convidados a fazer o roubo porque o homem sabia dirigir, apenas para levar o carro para São Paulo. Essa versão, porém, não é verdadeira. O que se sabe é que, ao se reunir na praça, combinaram o roubo, e os quatro acabaram tirando a vida do senhor José.”

Outro ponto abordado foi a fuga de uma das acusadas:

“Alguns dias após o crime, a mulher envolvida fugiu de uma delegacia. Essa informação é verdadeira. Ela e outras presas, devido a um descuido, fugiram, mas foram recapturadas em poucas horas. Ela foi reencaminhada para o Paraná e está atualmente no presídio feminino em Londrina.”

Thaís também explicou os próximos passos no processo judicial:

“Quanto ao procedimento legal, nenhum dos quatro constituiu advogado ainda. Com a finalização do inquérito policial, o Ministério Público fará a edição da denúncia, promovendo-os como réus, respondendo por latrocínio e associação criminosa. Após isso, eles poderão habilitar advogados; caso não tenham, o Estado nomeará um defensor para os quatro.”

Ela reforçou que, após essa fase, será marcada a audiência:

“O processo seguirá com a marcação de audiência, quando poderão apresentar suas defesas e relatar suas versões.”

Sobre a expectativa de duração do julgamento, Thaís acredita que não será um processo prolongado:

“Tende a não ser demorado. Como assistência à acusação, trabalharemos junto ao Ministério Público para que sejam condenados nos patamares máximos. Muito se fala em trazer uma lição pedagógica, para que paguem pelo que fizeram, mas na verdade o que buscamos é a justiça, pois a verdadeira lição é que nenhuma pessoa pode tirar a vida de outra, especialmente de maneira cruel, como ocorreu com o senhor José, que não teve chance de defesa.”

Por fim, Thaís expressou o desejo de que o processo traga conforto à família da vítima:

“Esperamos que o processo não demore, para trazer conforto à família. Acredito que a instrução processual deve durar cerca de 90 dias, para que haja uma sentença.”

O caso segue gerando grande comoção na região de Cambé, enquanto familiares e amigos aguardam por justiça.

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